104-CPV

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FICHA TÉCNICA

PROJETO:

Ecoparque Capivari

CÓDIGO:

104-CPV

CATEGORIA:

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Cidade Dividida

O projeto do Parque surge com a intenção de conectar um tecido urbano segregado. A cidade de Louveira apresenta, em sua malha, um exemplo clássico de ruptura ocasionado pela presença de grandes eixos viários e a consequente força do mercado imobiliário. Ao mesmo tempo em que trazem o benefício da conexão logísica facilitada com grandes centros e polos de referência, as grandes vias segmentam e limitam o crescimento da cidade, resultando em uma configuração urbana totalmente desconexa.

Objetivando a interligação dos principais eixos de crescimento da urbe, o planejamento centrou-se em estabelecer o equipamento público como um elemento estruturador capaz de dar suporte ao desenvolvimento local de maneira sustentável, promovendo a densidade urbana e a diversidade de usos e, ainda, trazendo desenvolvimento comercial aos setores públicos e privados da região.

Cidade Dormente

No ano de 2012, Louveira apresentava o segundo maior PIB per capita do Brasil (IBGE), deixando a pequena cidade atrás apenas da gigante São Paulo. Mas o número se distanciava da realidade local. Os baixos índices de densidade habitacional (673,37hab/Km²) e IDH(0,777) talvez fossem mais representativos da cidade que se podia observar à época: enquanto as conexões viárias (com as Rodovias Anhaguera, Bandeirantes e D. Pedro) impulsionavam o crescimento do setor logístico, os moradores sofriam com a falta de acesso à infraestrutura, esporte, lazer e cultura.

A inexistência de referências de centralidade aliada à implantação dos grandes complexos logísticos contribuía para a fragmentação da urbe. Como resultado desses fatores, a cidade passava a apresentar uma configuração típica de cidade dormitório.

Parceria Pública Privada

Partindo do conceito de crescimento natural, a proposta aproveita as condições favoráveis e naturais do âmbito e endereça os problemas inerentes para promover o desenvolvimento sustentável. Como resultado, nasce um programa focado na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, implantando na cidade um equipamento multidisciplinar com elementos capazes de dar suporte e fomentar: cultura, saúde, esporte e lazer – tudo aliado a um conceito de educação socio ambiental.

Não em definitivo, mas como um ponto de partida, o progama surge como um plano diretor; um princípio aberto para a intervenção e participação da população. Enquanto partes desta proposta funcionam como âncora – mais rígidos – outros recebem características mutáveis – mais maleáveis – aptas a adaptar-se para atender as demandas próprias da sociedade local.

A necessidade de gerar contrapartidas capazes de fomentar a implantação do equipamento foi revertida na produção de espaços atrativos, agradáveis e, comercialmente, interessantes. Em lugar de ter o mercado imobiliário como um inimigo implacável, tê-lo como um aliado produtivo foi parte da política implantada.

Transformação Natural

Finalmente a natureza local, historicamente esquecida, torna-se o destaque principal do projeto, que lhe outorga o devido protagonismo e impulsiona a criação de um ambiente de simbiose entre elementos construídos e naturais.

A água – até agora às costas do crescimento urbano – vira um ponto focal, referendado e exaltado nas vistas, orientações, coberturas e até mesmo nas fachadas das novas contruções. Como bonificação, o lago central – remanescente da extração de barro para olarias – ganha vida com o tratamento de suas águas e o fomento dos esportes aquáticos.

O verde deixa de ser elemento isolado para compor espaços de contemplação e um corredor de conexão biológica. Não somente. Passa a ter uma séria de funções ativas, recuperando solo e água com suas raízes (fitorremediação), protegendo as margens do rio Capivari e melhorando o microclima da região (com o plantio de espécies nativas) e das novas edificações (em paredes e telhados verdes).

Jardins aromáticos, hortas e hortos envolvem a população e auxiliam na educação das crianças, trazendo para o cotidiano local o importantíssimo papel da educação socioambiental.

Brincadeiras de água, equipamentos esportivos das mais diversas modalidades, um cinema ao ar livre, um museu, restaurante, postos de saúde, uma arena poliesportiva e um centro de educação ambiental são apenas alguns dos itens propostos neste extraordinário equipamento.

(Para maiores informações veja a apresentação completa)