116-SOL

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FICHA TÉCNICA

PROJETO:

Edifícios de Uso Misto no Sol Nascente

CÓDIGO:

116-SOL

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A construção do lugar

A vitalidade da cidade contemporânea, sua carência ou intensidade, se definem através das novas inserções. Criar um modelo capaz de estabelecer relações múltiplas e que se afirme como o alicerce da urbanidade é parte fundamental na criação de uma nova referência local. Resiliência, dinamismo e hibridismo são algumas das características intrínsecas do “lugar” que se propõe.

Com a intenção de gerar encontros e impulsar novos vínculos e conexões, o projeto se baseia em uma implantação vívida e ativa. O pavimento de acesso se define portanto como a principal interface entre o equipamento projetado e a urbe existente, fomentando programas e usos de maneira fluida.

Edifícios em forma de praça

Um conjunto capaz de integrar-se na malha urbana sem criar obstáculos. A proposta não se assemelha a inserções usualmente adotadas, impermeáveis e impenetráveis. Ao contrário, atenta às qualidades necessárias para representar um estado contemporâneo e democrático, brindando a região com um conjunto aberto e convidativo, capaz de conectar a malha urbana e permitir acessibilidade total à infraestrutura construída.

A livre circulação em todos os eixos dos lotes cria um entramado de caminhos interconectados e áreas de uso comum. Os espaços resultantes transformam-se, assim, em uma grande praça de acesso público e de interação entre ocupantes, usuários esporádicos e eventuais visitantes. O eixo principal de desenvolvimento do projeto se materializa na forma destes caminhos que, como fios condutores, orientam a disposição dos prismas edificados e fazem a integração – possível, porém controlável – entre equipamento residencial, comercial e de lazer.

Volumes Soltos

A concepção dos blocos gera três volumes soltos vinculados por um único eixo de circulação vertical. O espaçamento central resultante permite a iluminação natural e a ventilação cruzada em todas as unidades residenciais, além de criar pátios ajardinados no interior dos blocos. Estes, além da função paisagística, funcionam como áreas de lazer e contribuem para o conforto ambiental do conjunto através do sombreamento e conservação da umidade.

A articulação dos blocos se dá por passarelas de concreto e permite a eficiência construtiva dos edifícios, minimizando o consumo de material e otimizando a distribuição de instalações. Como resultado, todos os ambientes de estadia prolongada  ficam com suas aberturas direcionadas ao exterior e todas as prumadas hidráulica dos edifícios seguem um alinhamento único.

Apropriação do espaço público e compartilhamento do espaço privado

A simultaneidade e a multiplicidade de usos reforçam a interatividade das relações humanas por si só. O projeto surge como suporte das atividades, como um conjunto de objetos edificados de caráter interior-exterior. As convenções de relações público privado são desafiadas promovendo a apropriação do espaço público pela população ao mesmo tempo que estimula o compartilhamento do espaço privado.

O sombreamento no térreo proporcionado pelas copas das árvores e marquises ameniza a temperatura e conserva a umidade, trazendo maior conforto para o pedestre e proteção para as áreas de circulação.

Humanização pela apropriação

Gerar habitação digna, espaços com qualidade arquitetônica,  eficientes energeticamente e com baixo custo são precedentes fundamentais para os projetos de habitação social. Os blocos edificados foram concebidos como organismos pioneiros e inovadores, porém sem deixar de atender ao programa de necessidades especificado pela CODHAB-DF.

Familiaridade natural

Objetivando uma implantação gradual e pouco agressiva, o projeto propõe a utilização de recursos familiares à região e seus futuros ocupantes. Este conceito permeou desde a escolha do sistema construtivo até a definição das espécies vegetais para o paisagismo. Considerando a escala da intervenção e sua extensão, o conjunto foi concebido como um pano de fundo para uma apropriação rica e diversa. Materiais neutros e cores claras não apenas reforçam esta característica, como também contribuem para a redução da incidência solar nos edifícios e do custo geral de manutenção.