O projeto, desenvolvido em parceira com a Ecoeficientes, teve como maior desafio a agregação de valor comercial a um empreendimento imobiliário através da sustentabilidade. A velha noção de que “o que é sustentável é caro” era o paradigma a ser quebrado. Este pré-conceito -totalmente antagônico a real definição de sustentabilidade- serviu como combustível e motivação à equipe de projeto, que embasou-se no real tripé do conceito: econômico, ambiental e social.
Um cuidadoso estudo de viabilidade técnica e financeira definiu as premissas do projeto. Com a inserção de técnicas de eficiência energética e redução do impacto ambiental, o programa seguiu uma linha capaz de trazer grandes benefícios sem gerar grandes custos ao consumidor final. O resultado foi um grande impacto comercial: um produto diferenciado e único, sem comprometer as funções sociais previstas no programa de facilitação de compra que financiava o empreendimento (MCMV).
O conjunto de ações foi minuciosamente selecionado de modo que cada aplicação pudesse ser vendida como um item opcional ao imóvel e que cumprisse uma medida ambiental além de financiar sua própria implantação, ou seja, de maneira que se pagasse ao longo do tempo.
As ações ainda seriam responsáveis por uma considerável redução no valor do IPTU dos imóveis (5% do valor para cada ação) em consonância com um programa implantado pela administração local.
A redução do sistema viário planteado inicialmente, além de reduzir custos na execução, foi responsável pelo incremento de lotes da ordem de 15% em relação às em estimativas iniciais e propiciou a criação de uma área de recuperação ambiental dentro dos âmbitos do empreendimento.
Um estudo bioclimático definiu os parâmetros da configuração arquitetônica, além da seleção de materiais e técnicas construtivas. A seleção do tijolo de solo cimento, por exemplo, trazia consigo uma série de benefícios desde a redução do impacto na fabricação, passando pela velocidade de construção, a redução de resíduos no canteiro de obra até a economia com a manutenção dos imóveis – por não precisar de revestimento.
